Esse post vai ser em português, pois é pra falar sobre um evento que foi em português e para os brasileiros. (Este post será en portugués porque es para hablar sobre un evento que fue en portugués y para los brasileños).
O “Mapa da Comunicação Brasileira”, realizado pela área de pesquisa da FSB Comunicações e promovido pela ABERJE (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), mostra um valioso resultado da pesquisa sobre o setor. Apresenta informações úteis, revelando-se como uma ferramenta para justificar e ajustar as estratégias de comunicação das empresas brasileiras.
A apresentação da pesquisa foi feita para um público qualificado. Eram profissionais com muita experiência principalmente em jornalismo e assessoria de imprensa. Uma questão, no entanto, chamou atenção. Durante um bate-papo com os participantes, a partir do que se ouviu nesse momento, é possível falar que não há uma forte cultura digital nos departamentos de comunicação corporativa no Brasil. Muitos reconheceram que é uma debilidade própria, mas as dúvidas e questionamentos que foram expostos mostram que realmente desconhecem muito acerca do que significa o entorno digital.
Mais de uma pessoa se queixou literalmente do “poder de opinião” das mídias sociais, outras chamaram isso de “anarquia da informação”, também se referiram às mídias sociais de “monstro”, etc (e eu quase enfartando, na minha cadeira).
As mídias sociais são uma ferramenta nova que revela uma coisa que sempre aconteceu: as conversações do mundo real. Os bate-papos de toda a vida: apresentando opiniões diversas, algumas sem justificativas, rumores… É só pensar em qualquer conversa com amigos e vamos encontrar exemplos para tudo isso. Mas as mídias sociais apresentam uma oportunidade de valor inestimável, o que as conversas normais não permitem: medir e participar.
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As mídias sociais apresentam uma oportunidade de valor inestimável: medir e participar
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As discussões que acontecem no mundo digital deixam registro e por meio de monitoramento é possível medir e quantificar em tempo real o que está sendo falado. A segunda vantagem é que as marcas podem participar da conversa, esclarecer dúvidas, mostrar seu ponto de vista, tentar consertar erros. Duas coisas que, antes das mídias sociais, não eram tão fáceis ou imediatas.
Para a obtenção dos dados foram entrevistados 120 gestores responsáveis pelas decisões na área de comunicação de 120 instituições, privadas e públicas, atuantes no Brasil, nacionais e estrangeiras. Alguns pontos importantes da apresentação foram:
- A importância da comunicação cresceu: 48% das empresas aumentaram o orçamento e importância do setor. Antes era considerado um setor para resolver questões pontuais. Agora a comunicação traspassa toda a empresa e adota a função estratégica que ela realmente deve ter.
- Transparência: foi reconhecida como uma necessidade das empresas. Há uma perda de controle sobre a narrativa da empresa/pessoa, portanto é melhor ser o mais autêntico possível. Claro que sempre existiram algumas “sombras”.
- Democratização da comunicação: todo mundo virou comunicador, todos participam da conversa. Esse ponto é visto por muitos como um problema (“anarquia da informação”, “monstro”, etc), mas considero super valioso e necessário. Em segundos, é possível acessar qualquer rede social, o que permite ter “uma voz” no mundo da informação, antes reservado apenas para a grande mídia.
- Comunicação interna: existe um risco e uma oportunidade na comunicação por meio de empregados da empresa, é fundamental que eles sejam treinados nos pontos básicos da comunicação e tenham acesso às mensagens chaves para poder dar uma resposta coerente com o posicionamento da empresa, caso seja necessário. A exposição é alta e uma simples publicação numa rede social pode comprometer a imagem da empresa.
- Construção das equipes: quase 90% dos gestores ouvidos afirmaram que é importante contar com pessoas de dois ou mais áreas de formação. Os gestores mais satisfeitos são os que têm equipes multidisciplinares. Acredito que isso se deve a competências e capacidades necessárias para administrar com sucesso uma estratégia de comunicação que extrapola a formação exclusiva em comunicação.
- A atividade mais valorizada é a assessoria de imprensa, o que estranha um pouco considerando que Brasil é um país com mais de 80 milhões de pessoas conectadas a internet, e 20 milhões de jovens considerados nativos digitais que passam 27 horas por mês conectados nas redes!
- Um participante questionou a existência de líderes no mundo online, falando que não existem (mais uma vez a “anarquia da informação). Eu discordo. Seja uma pessoa, ou seja um grupo, existem pessoas que são capazes de mobilizar e criar verdadeiras epidemias comunicacionais.
As marcas não devem ter medo das mídias sociais, devem abraçá-las para poder compreendê-las e aproveitar todo o seu potencial. Para ver a pesquisa completa baixa o arquivo aqui. Aceito opiniões e, como sempre, os comentários estão abertos…